
Projeto foi teve várias atividades e foi concluído no dia 27 de abril de 2024 com apresentação de painés de graffiti e mulheres da cena hip hop de Belém na Ocupação Rayana Alves.
O projeto EmpoderART foi selecionado pelo edital de Cultura Urbana e Periférica da Lei Paulo Gustavo em 2024. Idealizado pela artista Ka Miranda, que possui 10 anos de atuação na cena do graffiti, o projeto surge a partir das experiências de artistas urbanas na Amazônia, reconhecendo a importância de criar espaços saudáveis para a permanência dessas artistas nas ruas. O graffiti é uma ferramenta pedagógica, política e cultural fundamental para a sociedade, especialmente na região amazônica.

O EmpoderART foi concebido para criar um espaço inclusivo e acolhedor para mulheres grafiteiras e coletivos femininos atuantes no graffiti, promovendo uma discussão sobre a presença de mulheres cis, trans, homens trans e mulheres PCDs na sociedade, na arte e no graffiti, um ambiente historicamente machista e majoritariamente masculino. O objetivo é fortalecer o empoderamento feminino por meio da partilha de vivências e diálogos entre coletivas, grafiteiras, militantes pelos direitos das mulheres e profissionais da saúde mental feminina, acolhendo suas falas e pensando estratégias coletivas para fortalecer cada vez mais mulheres.
As atividades do projeto aconteceram na Ocupação Rayana Alves, do Movimento Olga Benário PA, um importante espaço de luta e acolhimento para mulheres em situação de vulnerabilidade social e violência. No dia 16 de março, foi realizada uma roda de conversa com o objetivo de criar um ambiente seguro e acolhedor para que as mulheres atuantes na cena do graffiti pudessem discutir suas vivências. A assistente social Raquel Santos mediou a roda e desenvolveu dinâmicas em grupo para debater estratégias de enfrentamento às diversas situações vividas por essas artistas. Sua presença contribuiu para reflexões sobre o papel das grafiteiras na cena e para a organização de estratégias seguras e saudáveis de fortalecimento entre elas.

No dia 23 de março, foi produzido um painel coletivo no muro interno da Ocupação Rayana Alves. A construção do mural foi realizada por artistas grafiteiras e pelos coletivos de graffiti Freedas Crew e XXT Crew. As artistas participantes foram: Cely Feliz, Emy, Isa Muriá, Juh Silva, Liat, Mina Ribeirinha, Minie, Mira, Thay Pti, Tia Ireny, Wendy e Yukki. No mural, elas expressaram, por meio de suas artes, temas de empoderamento feminino. Esse momento representou uma união através da arte e da troca de conhecimentos, contribuindo para o fortalecimento de uma rede de contatos entre as participantes.
Por fim, no dia 27 de abril, ocorreu a inauguração do mural com apresentações de mulheres da cena do hip hop de Belém. O evento contou com a participação da B-Girl Thaysa Guimarães, da DJ Djay e da rapper Viena, e foi aberto ao público para apreciação do mural e para o conhecimento do espaço e de suas atividades.