O Carnaval de Belém promete ser um espetáculo de cores, ritmos e mensagens poderosas em 2025. As nove escolas de samba do Grupo Especial da cidade entrarão na Aldeia Amazônica, no bairro da Pedreira, nos dias 14 e 15 de fevereiro, com enredos que têm um tema em comum: a preservação da Amazônia, a sustentabilidade e a valorização das riquezas da região. A escolha do tema não é por acaso: em novembro de 2025, Belém sediará a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), colocando a cidade no centro das discussões globais sobre o meio ambiente.
Cada escola abordará a temática de forma única, trazendo histórias que misturam mitologia, ancestralidade, cultura popular e críticas sociais. Confira os enredos das agremiações que prometem emocionar o público:
1. Associação Carnavalesca Bole-Bole
A bicampeã do Carnaval de Belém (2023 e 2024) busca o tricampeonato com o enredo “Amazônia Ensolarada”. A escola do bairro do Guamá vai apresentar a visão dos ancestrais da Amazônia sobre a região, destacando a importância do envolvimento com a natureza e criticando os impactos dos regimes coloniais e da ganância. “Queremos mostrar que o certo não é apenas o desenvolvimento, mas o respeito à natureza”, explica Herivelto Martins, diretor da Bole-Bole.

2. Embaixada de Samba do Império Pedreirense
Com 74 anos de história, a Império Pedreirense, que dividiu o título com a Bole-Bole em 2024, aposta no enredo “As águas dos meus encantos nos cantos dos curimbós”. A escola vai contar a história da Amazônia a partir da perspectiva dos encantados que regem as águas, como Iemanjá, Exu Maré e Iara, celebrando a conexão espiritual entre o homem e a natureza.

3. Acadêmicos de Samba da Pedreira
Vice-campeã em 2023 e 2024, a Acadêmicos da Pedreira quer subir ao topo do pódio com o enredo “Rudá, a explosão do amor em defesa da Amazônia”. A história parte dos povos indígenas da família Tupi-Guarani e da divindade Rudá, o Deus do Amor, para conscientizar sobre a importância do respeito ao meio ambiente. Todas as fantasias e alegorias da escola são 100% sustentáveis, reforçando o compromisso com a causa ambiental.

4. Império de Samba Quem São Eles
Com 79 anos de tradição, a agremiação do Umarizal apresenta o enredo “O Despertar da Floresta”, que fala sobre ecologia e preservação da Amazônia a partir de uma perspectiva mítica. O samba-enredo narra a profecia dos pajés sobre quatro guerreiros da natureza que lutarão para devolver o equilíbrio e a energia à floresta, trazendo alegria e saúde para a região.

5. Grêmio Recreativo Jurunense “Rancho Não Posso me Amofiná”
O Rancho Não Posso me Amofiná homenageia o comerciante paraense Oscar Rodrigues com o enredo “A História do Mascate Amazônico que se tornou o midas do Norte!”. A agremiação do Jurunas faz um passeio pelos 80 anos de vida de Oscar, desde sua infância em Igarapé-Miri até sua ascensão como um dos maiores empresários da região, destacando sua conexão com a natureza e a cultura local.

6. Grêmio Recreativo Cultural e Carnavalesco “Deixa Falar”
A escola Deixa Falar traz o enredo “O Sonho Virou Realidade. Uma gota de amor para salvar a criação”, que utiliza as religiões de matriz africana para abordar a destruição da Amazônia. Oxalá, o Deus maior, derrama uma gota de amor para salvar a criação, em uma mensagem de esperança e conscientização sobre a preservação da floresta.

7. Escola de Samba Boêmios da Vila Famosa
Com o enredo “Sucupira: a Terra do Absurdo”, a Boêmios da Vila Famosa faz uma crítica contundente à destruição do meio ambiente e à falta de conscientização sobre a preservação da Amazônia. A história ganha um tom de esperança com a chegada da Curupira, que se transforma em diversos animais para despertar a cobra-grande e restaurar o equilíbrio da região.

8. Grêmio Recreativo Escola de Samba Piratas da Batucada
A Piratas da Batucada apresenta o enredo “O Cantar Caboclo da Amazônia”, que celebra as heranças musicais da região. O samba-enredo mostra como a natureza, a cultura indígena e africana influenciaram a música amazônica, conectando tradição e modernidade em uma poderosa ferramenta de preservação da floresta.

9. Grêmio Recreativo Social e Cultural Escola de Samba Mocidade Olariense
Retornando ao Grupo Especial após 10 anos, a Mocidade Olariense exalta a força da mulher amazônica com o enredo “A Revolta das Icamiabas, um delírio fascinante em defesa do reino das pedras verdes”. A escola celebra as Icamiabas, mulheres guerreiras indígenas, e as líderes contemporâneas que lutam pela preservação da natureza e da cultura amazônica.
